sábado, 3 de novembro de 2012

AS RAÍZES DO GOLPISMO DA DIREITA BRASILEIRA



Até 1930 a direita brasileira dispunha a seu bel prazer do Estado, colocava-o totalmente a serviço dos interesses primário-exportadores, desconhecendo as necessidades das classes populares. Getúlio fez a brusca transição de um presidente – Washington Luiz, carioca adotado pela elite paulista, como FHC – que afirmava que “Questão social é questão de polícia”, para o reconhecimento dos direitos dos trabalhadores pelo Estado.
Com o surgimento da primeira grande corrente de caráter popular, a direita passou a ficar acuada. A democratização econômica e social foi seguida da democratização politica, com o processo eleitoral consagrando as candidaturas com apoio popular, Sucessivamente, em 1945, 1950, 1955, a direita foi derrotada e acostumou-se a bater na porta dos quarteis, pedindo golpe militar.
Sentido-se esmagada pelas derrotas, a direita chegou a pregar o voto qualitativo, em que, segundo eles, o voto de um médico ou de um engenheiro valeria 10, enquanto o de um trabalhador (“marmiteiro”, diziam eles, zombando dos trabalhadores que levavam marmitas pro trabalho) devia valer 1. Só assim poderiam ganhar.

A efêmera vitória de 1960, com a renúncia do Jânio, foi sucedida pela nova tentativa e golpe militar de 1961 e, logo depois, pelo golpe efetivamente realizado em 1964. Só pela força e pelo regime de terror a direita conseguiu triunfar e colocou em prática sua revanche contra o povo, pela repressão e pela expropriação dos direitos da grande maioria.
Foi no final da ditadura, com uma votação indireta, pelo Colégio Eleitoral, passando pela morte de Tancredo, que a direita deu continuidade a seus governos, agora com um híbrido de ditadura e de democracia, mas que favoreceu a eleição de Collor, outra versão da direita. Tal como Jânio, teve presidência efêmera.
O governo FHC foi a melhor expressão da direita, renovada, reciclada para a era neoliberal. Naqueles 8 anos a direita brasileira pode realizar seu programa, que terminou numa profunda e prolongada recessão e a derrota sucessiva da direita, por três vezes.
A direita repete, na Era Lula, os mesmos mecanismos da Era Getúlio. Enquanto os governos desenvolvem políticas econômicas e sociais que favorecem à grande maioria, recebem dela o apoio majoritário e derrotam sistematicamente a direita, resta a esta atividades golpistas. Se antes batiam às portas dos quartéis (eram chamadas de “vivandeiras de quartel”), agora usam a mídia para bater às portas do Judiciário.
São partidos e mídias cada vez mais minoritários, derrotados em 2002, em 2006, em 2010, voltaram a ser derrotadas agora em 2012. São governos que os derrotam com o apoio das grandes maiorias beneficiárias das suas políticas sociais. Quem não tem povo, apela para métodos golpistas, ontem com os militares e a mídia, hoje com a mídia e o Judiciário.
Postado por Emir Sader na Carta Maior, em 3 de novembro de 2012

Um comentário:

  1. A maioria dos ministros do STF e o procurador (prevaricador, segundo provas do senador Collor de Mello) geral Roberto Gurgel agiram de acordo com a mídia e os partidos da oposição ao fazer o período do julgamento da AP 470 coincidir com as eleições municipais. Essa parte do golpe não funcionou, o PT foi vitorioso em todo o Brasil e, juntamente com a base aliada, elegeu 80% dos prefeitos e vereadores nas eleições de 2012. Mais existe a parte mais oculta do golpe, com vistas às eleições presidenciais de 2014. Ayres Britto reafirma que o julgamento da Ação 470 é técnico. Pois bem. Se assim é, por que o vice-presidente do equivalente ao STF de ISRAEL esteve presente na Sessão de 22/10/2012 ? O sionismo só se interessaria por um julgamento político, pois não faria sentido enviar um dos seus membros para assistir um “julgamento apenas técnico”. Outra coisa: já pensou como a mídia PROTESTARIA se uma autoridade dos governos venezuelano, iraniano, cubano, russo ou chinês estivesse presente de corpo e alma a um julgamento do STF, como esteve este representante do sionismo no STF, na tarde de segunda-feira 22/10, às 15:30 hrs ? Companheiro José Dirceu, o mínimo que poderemos fazer será cotizarmo-nos para quitar a ignominiosa multa de quase 700 mil reais que os verdugos lhe impuseram. Você pagará com seu ultra sofrimento, mas “A História lhe absolverá”, parodiando o imortal líder Fidel Castro.

    http://correiodobrasil.com.br/stf-recebe-visita-de-vice-presidente-da-suprema-corte-de-israel/534133/#.UIjAxsVpfs5

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