sábado, 27 de outubro de 2012

CHOCADO COM ESSA PARTE MUITO "SABIDA" DO POVO DE SALVADOR


Minha resposta a uma amiga que identificou essa linha de, digamos assim, raciocínio entre amigos soteropolitanos.
Gente que diz ter votado no PT e acha que "a hora é de revezamento", o governo Wagner frustrou a Bahia (falam de insucessos, reais, e apontam distorções localizadas em áreas de governo) e o clone do avô seria um "novo DEM"!!! 


É impressionante!
Felizmente, a minha turma (filhos, primos, namorada, sua família, ex-mulher, amigos) votam em Pelegrino.
Mas são gente que viveu ACM na Bahia.
Alguns não estão fazendo uma opção entre o candidato do PT e o de outro partido ou entre Pelegrino e outro candidato.
Têm críticas (e críticas sérias) à forma de Wagner ter conduzido a relação com as greves de PM e Professores, mesmo tendo claro que as duas categorias foram manobradas por lideranças que, por sinal, saíram como os vereadores mais votados dessa eleição.
Alguns votam no PT mesmo, por acreditar no seu projeto. Mas essa turma, que talvez nem achasse Pelegrino o melhor candidato do PT, está votando mesmo é contra o carlismo.
Com certeza, votariam em Mário Kertèsz caso estivesse contra o neto de ACM no segundo turno. É possível que votassem até em Marinho, o pastor, em Da Luz que fosse. Qualquer coisa!
Mas, com a graça de Deus, não votam no candidato que é a mais óbvia personificação do carlismo. Nem Luís Eduardo, a quem ACM confiava sua herança, representava isso. Até porque tinha estilo próprio, tinha alguma luz, era mais rebelde com o avô. Por isso era mais respeitado.
Nem o próprio ACM quando começou, pois ele, afinal, foi piorando ano a ano. À medida por sinal que se tornava um oligarca e uma das maiores fortunas do Brasil, construída com o que foi arrancado do suor dos baianos.
O grampinho não tem nada disso. É uma tentativa, só, de imitar o que lhe parece o avô. Aquele pior lado do avô.
Qualquer um de nós poderia citar uma ou outra virtude no velho. Mas não conheço uma só pessoa que, conhecendo o neto, identifique nele uma que seja...
Até a história de mensalão, usada contra os adversários (injustamente, pois isso nada tem a ver com o PT baiano e muito menos com Pelegrino), atinge o play boy diretamente. Ninguém menos que a Veja - tão idolatrada pelos anti-petistas - publicou no último final de semana declaração de Arruda em que ele lembra o nome do próprio Grampinho entre os políticos que tiveram campanha bancada por seu esquema milionário, que ficou conhecido como Mensalão do DEM.
Mas sei que está rolando em Salvador esse voto ressentido. Tenho relações pessoais com um rapaz (muito jovem e bem intencionado) que não tem coragem, suponho, de assumir seu voto no Grampinho, mas fez campanha voraz contra Pelegrino no primeiro turno e a repete no segundo. Tudo por sua participação na greve dos professores, mal conduzida por Wagner.
Por isso, tenho feito o apelo de que, se quiserem se vingar de Wagner, o façam contra ele, mas não contra Salvador. Pois não consigo acreditar (embora tenha me surpreendido ao ver um sobrinho seu falar de "novo DEM"!!!) que essa gente queira dirigir sua vingança contra a Salvador, a própria cidade em que vive!
Em tempo: foi a primeira vez que ouvi falar em "novo DEM", que certamente só existe em Salvador. Afinal, tudo que sobrou do DEM foi o mesmo octogenário João Alves de sempre, vitorioso em Aracaju e o maior decréscimo em número de prefeituras eleitas em todo o país, comparando-se todos os partidos. Além deles, João Agripino, também acusado por Arruda, os Maia (escorraçados na eleição do Rio) e... não me lembro de mais ninguém. A maior parte dos próprios integrantes da legenda não acredita mais nela. Tão destroçada, depois que, saída da Arena, fingiu ser um novo partido com o PDS, travestiu-se de PFL e preferiu assumir uma nova grife: Democratas (DEM), copiando o partido americano e tentando embarcar na onda Obama. Não deu. Ao surgir o escândalo do que queria ser o verdadeiro "novo DEM" (que era o de Arruda), e o país ver o fundo das calças de Demóstenes Torres e sua trupe, a maior parte fugiu, para construir um novo rótulo, o PSD, de Kassab. Ele mesmo que, com Serra, está conseguindo perder uma eleição que nem está disputando.
Será que só em Salvador (pois o resto da Bahia também já abriu os olhos) existe esse tal "novo DEM"? E logo com o clone do avô, o Malvadeza, que dizia que a política vale pelo mal que se pode fazer...
Fernando Tolentino

Nenhum comentário:

Postar um comentário